Évora
É no século XIV, que D. Dinis prescreve em definitivo as indicações do Concílio de Latrão, assumindo de forma plena a separação física entra a cristandade e as minorias étnicas.
Desde o reinado de D. Afonso III (que morre em 1279) que a população judaica vinha sendo transferida para bairros diferenciados. Em Évora, o primeiro registo de tal acção data de 1331, sendo citada a Judiaria Nova, por baixo da Praça Grande.
Este espaço, encaixado entre as atuais Ruas de Serpa Pinto e Raimundo, deteve inúmeros acrescentos ao longo dos seus quase 150 anos de existência, estando documentado o de 1408, quando três ruas são retiradas à cristandade para aumentar o espaço da comuna.
Enquanto bairro habitacional, tinha o epicentro na Sinagoga, que se localizaria na actual Travessa do Barão, onde hoje ainda se observa um arco com a marca da mezuzah, no topo de um quarteirão que se assumia como o verdadeiro cerne do bairro, possuindo ainda o hospital e um midrash.
A comuna teria ainda um espaço próprio para trocas comerciais, no atual Largo dos Mercadores, e estaria rodeada de uma cerca na qual existiriam quatro portas, que permitiam o acesso ao restante espaço urbano.
Atualmente, pouco resta deste antigo bairro. Estão difusas, camufladas ou mesmo inexistentes as marcas da antiga comuna judaica, que foi sendo sucessivamente descaracterizada após o Édito de Expulsão de 1496. Persiste o traçado urbano, a toponímia, e a ambiência de um espaço singular no conjunto do actual Centro Histórico.
Fonte: Rede Judiarias de Portugal.
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