Fornos de Algodres

A terra do antigo município de Algodres situa-se na Beira Alta, junto ao rio Mondego e a norte da Serra da Estrela.
O foral de D. Dinis, dado em 1349, foi elaborado também pelo Rabi Bartolomeu Peres e confirmado oficialmente pelo Rabi Judas.
Fornos de Algodres deve ter tido comunidade judaica no seu território mas é comprovadamente um município que integrou muitos cristãos-novos, principalmente artesãos e que se encontravam dispersos em freguesias rurais.
Esta realidade é confirmada tanto nos processos da inquisição inerentes ao espaço do actual concelho como nos indícios patenteados por dezenas de marcas cruciformes cujo levantamento foi recentemente efectuado por parte da Câmara Municipal. Em conclusão, são os séculos XVII e XVIII os que originaram provas desse refúgio rural.
A visita pode ser iniciada na actual vila de Fornos como na antiga sede de concelho de Algodres.

Os judeus no concelho de Fornos de Algodres

Por todas as povoações do atual Município de Fornos de Algodres, existem ainda hoje muitas evidências de Judeus e Cristãos-novos, tanto no tipo das construções, como nas inúmeras gravações de Cruciformes, de Menorás, Estrelas de David e de Salomão, ranhuras para a Mezuzas e muitos portais, com a pedra cortada em ângulo de quarenta e cinco graus.

No entanto é em Fornos de Algodres, Algodres, Figueiró da Granja, Furtado, Casal Vasco, Sobral Pichorro e Casal do Monte onde se podem encontrar a maior parte das evidências.

Em Fornos de Algodres, onde se conhece a maior parte das casas com vestígios judaicos, supõe-se ter existido uma comunidade (pelo menos dez famílias). E embora existam vestígios na Rua da Amoreira, Rua de Santo António, Rua das Caretas e Rua Fresca, a maior parte das gravações referentes a Judeus e Cristãos-novos, encontram-se na Rua e Travessa da Torre e princípios da Rua de São Salvador, onde terá existido a Judiaria, que teria a sua porta junto ao atual portal da família Albuquerque de Soveral.

Estando a maior parte das casas situadas nas traseiras do quintal da família Abreu Castelo Branco, "Senhores de Fornos", e porque aos judeus, não era permitida a posse de propriedade, todas estas casas seriam propriedade desta família que as teria aforado aos judeus. Sabendo-se que os judeus eram cumpridores nos seus pagamentos, aí se explicará a razão da não denuncia à inquisição.

Fonte: Rede Judiarias de Portugal.

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