Lamego
Lamego
História e legado da presença judaica na cidade
Ricardo Teixeira
A história de Lamego, sede episcopal e importante centro urbano duriense, encontra-se associada à sua numerosa comunidade judaica, responsável pela dinâmica comercial e artesanal que animou a cidade no final da Idade Média.
A documentação revela-nos o nome de inúmeros judeus: mercadores, tecelões, alfaiates, gibiteiros, sapateiros, ferreiros, ourives e físicos...
Entre a elite, destacam-se as famílias Benveniste, Cide e Valencim, esta ligada também à medicina e representada por Mestre Jacob Valencim, oftalmologista, cirurgião do Infante D. Henrique.
A Comuna, regulada por Carta de Mercê de D. João I e dirigida pelos respetivos Rabi e oficiais administrativos, integrou-se na vida regular da cidade, encontrando-se vários dos seus membros no exercício de cargos municipais, tabeliães, procuradores e servidores do rei.
O espaço urbano exibe as marcas da existência de duas Judiarias, situadas no exterior do perímetro amuralhado da cidade, em zonas de circulação e comércio.
A mais antiga, designada Judiaria Velha ou do "fundo da cidade", documenta-se desde finais do século XIII. Situada junto à Porta do Sol, esteve na origem e consolidação da principal artéria medieval que ligava o Castelo ao Couto da Sé - a atual rua da Olaria, antiga Sapataria.
A Judiaria Grande, ou da Pedra - com sinagoga documentada - formou-se nos finais do século XIV devido ao crescimento demográfico, ampliado posteriormente com a vinda de famílias castelhanas. Ocupava a atual Rua Nova e vielas adjacentes, próximo da Igreja de Almacave e do antigo centro cívico e comercial do Concelho, a atual Praça do Comércio.
Fonte: Rede Judiarias de Portugal.
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