Tomar

Construída entre 1430 e 1460 por ordem do Infante D. Henrique, a sinagoga de Tomar testemunha a importância que a comunidade judaica terá tido na cidade desde o século XIV, primeiro ao serviço da Ordem do Templo, e depois da Ordem de Cristo. A sua existência enquanto templo seria contudo efémera, efeito da conversão forçada dos judeus ao cristianismo decretada por D. Manuel I.
As funções que o edifício teve ao longo dos tempos foram diversas, chegando a ser cadeia pública, capela e armazém.
Classificada como Monumento Nacional de 1921, foi comprada por Samuel Schwarz em 1923. Este judeu polaco, investigador e apaixonado pela cultura hebraica, reabilitou o antigo templo, promovendo obras de limpeza e desaterro, doando-o ao Estado Português em 1939 para aí ser instalado o museu luso-hebraico.
Do acervo da sinagoga, para além de inúmeras doações dos judeus visitantes, fazem parte algumas lápides, umas originais e outras reproduções, provenientes de vários locais do país.
Desta colecção, recolhida por Samuel Schwarz, destaca-se uma estela funerária proveniente de Faro, alusiva ao falecimento em 1315 de Rab Ioseph, judeu nabantino, e a lápide de 1308, que assinala a fundação da segunda sinagoga de Lisboa.
Com planta quase quadrada, apresenta uma abóbada de arestas sem nervuras, construída em tijolo, suportada por quatro colunas centrais. Nos quatro cantos superiores da sala, crê-se que por razões de ordem acústica, estão incorporadas na parede 8 bilhas de barro invertidas.
Adossada ao edifício principal, após escavações arqueológicas, foi encontrada uma sala, destinada ao mikvah, o banho ritual de purificação das mulheres.
A Sinagoga de Tomar encerra um forte simbolismo. É com efeito a única sinagoga do século XV, construída de raiz, que ainda hoje se mantém de pé.


Fonte: Rede Judiarias de Portugal.

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